Sindag repudia colocação de faixas contra a aviação agrícola na cidade de Frutal/MGO
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) divulgou hoje uma nota oficial em repúdio à colocação de faixas contra a pulverização aérea, em vias públicas da cidade de Frutal, na região do Triângulo Mineiro. O presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, classificou a atitude de contrassenso, já quem ela ataca justamente o único meio de aplicação de defensivos com regulamentação própria no País e o de melhor tecnologia. Paim afirma que o sindicato aeroagrícola sempre defendeu o debate, como forma de esclarecer à comunidade sobre a segurança e o papel da aviação nas lavouras. “Mas dizer que a população está comendo e bebendo veneno (como está escrito nas faixas), além de uma agressão, chega a ser uma irresponsabilidade”, ressalta.
“O trato das lavouras é imprescindível para evitar perdas, o que poderia gerar falta de alimentos e consequências econômicas graves para as comunidades. Nesse cenário, a eficiência do avião é, muitas vezes, determinante até para a redução do número de aplicações de defensivos”, argumenta Paim. Ele ressalta que o Brasil tem hoje a segunda maior e uma das mais seguras frotas de aviação agrícola do mundo. Ainda assim, apenas 25% das pulverizações no País são feitas por via área.
NOTA OFICIAL
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) REPUDIA COM VEEMÊNCIA o episódio verificado esta semana no município de Frutal, Minas Gerais, quando faixas foram colocadas em via pública pedindo o fim das pulverizações aéreas. Mais do que isso, acusando o setor de estar fazendo a população “beber e comer veneno”. A entidade respeita as opiniões divergentes (até como forma de crescimento e qualificação do setor) e sempre defendeu o debate como um caminho para esclarecer à sociedade sobre seu papel. Por isso mesmo considera tal ataque uma atitude, NO MÍNIMO, IRRESPONSÁVEL POR PARTE DE SEUS AUTORES, uma vez que prega a intolerância e atinge justamente o ÚNICO meio de aplicação que possui legislação e fiscalização específicas no Brasil. E, COMPROVADO CIENTIFICAMENTE, o método mais eficiente e seguro (operacional e ambientalmente) no trato de lavouras.
A aviação é indispensável para garantir altos rendimentos de produtividade nas lavouras de soja, algodão, cana-de-açúcar, milho, arroz, café e outras, além do trato de florestas e pastagens para o gado, com aplicações de fertilizantes e defensivos. Ou seja, os principais produtos da economia brasileira no campo e muitos deles essenciais para a riqueza das comunidades do próprio Triângulo Mineiro. O que equivale dizer que o brasileiro se alimenta, se veste e tem combustíveis mais baratos em boa parte por causa do avião. Sem falar no fato de que as aeronaves ainda são responsáveis anualmente por inúmeras operações de combate a incêndios em reservas ecológicas por todo o País.
Sobre a legislação - que é complexa e existe somente para a aplicação aérea, cabe ressaltar que um avião agrícola não decola sem estar autorizado pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (que abrange a Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). Isso além do crivo dos órgãos ambientais de cada Estado.
Quanto ao pessoal envolvido, o piloto agrícola precisa antes ser piloto comercial e ter completado pelo menos 400 horas de voo para daí poder fazer o curso específico para o setor. Onde, além da técnica de voo, ele aprende sobre segurança de aplicação e procedimentos de emergência para evitar desastres ambientais.
Além disso, cada avião precisa ser acompanhado, em terra, por um Técnico Agrícola que, depois de formado, precisou fazer também o Curso de Executor de Aviação Agrícola. Todos sob a responsabilidade de um engenheiro agrônomo.
Os operadores aeoroagrícolas ainda são obrigados a ter em suas instalações um pátio de descontaminação – local onde as aeronaves são limpas ao fim das operações e eventuais resíduos de defensivos vão para um sistema de tratamento, que “quebra” as moléculas de seus princípios ativos.
Não bastassem todas essas obrigações, a Aviação Agrícola Brasileira ainda busca novos meios para aumentar sua eficiência e segurança. Sem falar na conscientização de todo seu pessoal. Prova disso é o convênio entre o Sindag e a Embrapa, para pesquisas em diversos Estados para melhorar técnicas e cuidados nas operações. E o apoio ao projeto de Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), com três universidades que avaliam e concedem um selo de qualidade aos operadores que seguem padrões de eficiência e sustentabilidade ambiental.A Aviação Agrícola tem 64 anos de história no Brasil e, não por acaso, o País possui a segunda maior e uma das mais eficientes frotas do mundo. E ainda assim somos responsáveis por apenas 25% das pulverizações feitas nas lavouras brasileiras.
O Sindag se solidariza com os operadores mineiros e todos os profissionais que fazem da aviação um instrumento para a segurança alimentar, energética, ambiental e econômica do Brasil. E, ainda assim, precisam seguidamente provar seu valor para a própria população que depende deles. NELSON
ANTÔNIO PAIM
Presidente