Banco Central Americano (FED) começa a remover os estímulos monetários

23/12/13  

O Banco Central dos EUA decidiu reduzir para US$ 75 bilhões suas compras mensais de títulos do governo e de hipotecas, queda de cinco bilhões em cada segmento em relação ao ritmo de US$ 85 bilhões que prevalecia. Acreditamos que o FED deverá remover os estímulos de forma gradual, tentando mitigar a volatilidade nos mercados ao indicar que, além do ritmo da atividade e emprego, a inflação terá um papel central na definição dos próximos passos da taxa de juros.

Com a inflação em níveis historicamente baixos, é muito provável que a discussão sobre elevação da taxa básica de juros comece a ocorrer apenas em 2015. Contudo, se os dados da economia forem melhores — o que esperamos em nosso cenário base — o mais provável é que as curvas de juros sigam pressionadas no mundo.

Com a economia crescendo, a inflação irá acelerar. Finalmente, apesar da intenção de mitigar a volatilidade dos mercados, nossa leitura é de que a volatilidade seguirá muito elevada pois, ao indicar que as próximas decisões serão dependentes dos dados, a cada novo indicador haverá uma reavaliação do cenário de juros e do montante de estímulos a ser reduzido em cada nova reunião do Banco Central. 

Ainda nos Estados Unidos, os dados econômicos divulgados na semana reforçaram a percepção do FED de recuperação da economia. A revisão PIB do terceiro trimestre mostrou uma alta acima do anteriormente divulgado. No período, a economia cresceu 4,1% em termos anualizados, acima dos 3,6% divulgado na prévia anterior.

O núcleo do PCE, variável chave para o FED elevar os juros, apresentou alta de 1,4% no terceiro trimestre, abaixo da prévia (1,5%). A produção industrial registrou alta de 1,1% em novembro, resultado bastante acima da expectativa (0,6%). Com isso, o índice da produção industrial atingiu 101,3 pontos, superando o nível pré-crise e atingindo a máxima histórica.

O nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) atingiu 79 pontos, o maior patamar desde junho de 2008. No mercado imobiliário, dados de permissão, início de novas construções e a confiança dos empresários do setor registraram altas no mês e estão nas máximas recentes.

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